quinta-feira, 28 de abril de 2016

Mentoring para desenvolvimento de Líderes Intraempreendedores, alinhado ao Lean.

Mentoring para desenvolvimento de Intraempreendedores alinhado ao Lean.


Descubra como o Mentoring alinhado a filosofia Lean pode desenvolver Líderes Intraempreendedores

de extraordinária performance.


Mentoring, também conhecido como mentoria, é uma espécie de apadrinhamento, no sentido positivo da palavra, onde um mentor, ou seja, uma pessoa que possui grande experiência profissional na mesma área da pessoa que está sendo ajudada ou treinada, chamada de aprendiz, se dispõe a compartilhar seu conhecimento e experiência com esse aprendiz.

Ainda existe no mercado o paradigma de que para ser um Mentor de qualidade, este precisa ser um veterano na área em que atua com muitos anos de experiência profissional.

É evidente de que profissionais de gerações mais antigas, com grandes bagagens profissionais, nas mais diversas áreas, são fontes inestimáveis de conhecimento, sabedoria e experiência, com alto potencial a ser compartilhado com as gerações mais novas e isto deve ser explorado com sabedoria.

Entretanto este paradigma vem sendo quebrado, onde para ser um mentor, não necessariamente significa que este necessite possuir mais idade em relação ao seu aprendiz, mas sim obrigatoriamente diz respeito a possuir maior conhecimento e experiência profissional na área em que está sendo aplicado o processo de mentoring.

Como tudo na vida, cabe aqui também o caminho do meio, ou seja o equilíbrio, onde as organizações poderão extrair o máximo do potencial tanto dos mentores das gerações mais antigas como das mais novas. desde que saibam mesclar esse profissionais para desenvolver os demais, conforme a necessidade.

Um líder intraempreendedor, embora possua características voltadas a agir e fazer acontecer, bem como habilidades para persuadir positivamente as demais pessoas, precisa aprender a aprender, antes de tentar ensinar outras pessoas a executarem as etapas dos processos previstos em seus projetos, lembrando que para aprender a aprender é preciso exercitar a humildade para se submeter como aprendiz de um mentor.

É algo parecido ao que acontece na natureza onde os filhotes (Aprendizes) são estimulados mesmo que por instinto, a seguir o exemplo dos seus pais (Mentores), para experimentarem por si sós a arte da sobrevivência.

De forma semelhante isto pode ser realizado no mundo organizacional, no que se refere ao desenvolvimento de líderes intraempreendedores, onde os mesmos precisam passar por uma espécie de estágio de aprendizagem profunda sobre os processos e cultura organizacional existentes, antes que estejam aptos para seguirem em frente e iniciarem a promoção de mudanças.

Para isto, embora existam diversas formas de treinamento, uma bastante eficaz para desenvolver esse candidato a líder intraempreendedor, consiste em submetê-lo a um processo de Mentoring, onde o mentor o apadrinha de maneira semelhante a um Sensei da filosofia Lean, o qual conduz os aprendizes através de caminhadas Gemba, ensinado-os a arte da observação profunda, onde Gemba, pode ser interpretado como sendo o lugar real onde é realizado o trabalho.

Para se tornar um verdadeiro líder intraempreendedor, é preciso ir muito além dos métodos convencionais de treinamento, da leitura de livros, da participação em "workshops" ou congressos, é preciso idealmente conviver com quem passou pela experiência de intraempreender e possua conteúdo prático a ser compartilhado e esteja disposto a atuar como Mentor ou Sensei desse aprendiz.

Um mentor eficaz, nunca criará vínculos de dependência com seu aprendiz, muito pelo contrário, o preparará para enfrentar por si só os desafios que lhe apareçam em suas atividades diárias e muitas vezes agirá de forma crítica e insistente, chegando muitas vezes ao limiar de ser confundido como rude e insensível.

A ajuda dessa forma é necessária para ampliar a visão de mundo do aprendiz, bem como, para lhe disciplinar a mente para enxergar além do óbvio que todos vêem, e com isto desenvolver habilidades para sustentar de forma eficaz, processos de mudanças complexos, bem como enxergar oportunidades de melhoria contínua.

Esse mentor será para o aprendiz como uma espécie de bússola, que servirá para guiá-lo enquanto explora territórios desconhecidos, atuando não como um simples treinador ou facilitador convencional, mas sim como um condutor durante um estágio de aprendizagem.

Nesse processo o aprendiz a líder intraempreendedor aprende através do tempo, experienciando e aplicando os conceitos e novos conhecimentos em situações reais, aprendendo principalmente a observar as consequências das suas ações, sob os olhos atentos do seu mentor.

O mentor ensina, forçando o aprendiz a pensar e a perceber s situações a sua volta e o faz através de perguntas que estimulam o cérebro do aprendiz a se concentrar em novas possibilidades.

As interações entre o mentor e o aprendiz, são como no caso do Sensei da filosofia Lean, no próprio ambiente de trabalho do aprendiz, onde os ensinamentos são traduzidos em observações, através das caminhadas gemba, para que o aprendiz perceba o que as pessoas estão fazendo no trabalho e através de uma reflexão crítica, comparar com o que lhe foi ensinado pelo mentor e então desenvolver sua própria percepção de como poderia ser feito para melhorar o estado atual das coisas.

Esse mentor é alguém que estimula altas expectativas no aprendiz, então ensina, treina e o estimula para superar seus limites e ser capaz de alcançar essas expectativas.

Certamente toda essa aprendizagem pode ser feita pelo próprio candidato a intraempreendedor sem a ajuda de um mentor, desde que tenha altos níveis de força de vontade e resiliência, mas mesmo assim existe uma alta probabilidade do período da curva de aprendizagem ser excessivamente longo, para conquistar a maestria no que se propõe a fazer, correndo o sério risco de ser superado pelos seus concorrentes melhores preparados.

Observe que a presença de um mentor não exclui do aprendiz sua total responsabilidade por suas tomadas de decisões, ou seja, o aprendiz ´possui o livre arbítrio para decidir se deve ou não seguir e aplicar os conselhos do seu mentor, pois este é apenas responsável por dar conselhos, compartilhar conhecimento, ensinar e estimular novas possibilidades de pensamento, bem como de servir como um guia para o sucesso de aprendiz.

O mentor utiliza as caminhadas pelo local de trabalho, de forma disciplinada, com agendas programadas de forma regular, de maneira a gerar entre uma agenda e outra um tempo para que o aprendiz possa assimilar os conhecimentos compartilhados e execute as tarefas que o mentor lhe propôs, normalmente para que o aprendiz encontre respostas para o "Porquê" e "Para Que" de algo que está sendo feito de determinada forma, e qual seria a alternativa que ele como aprendiz daria para melhorar aquilo que está sendo observado.

Esse processo de mentoria, conduzido de forma eficaz, evolui a cada caminhada Gemba, de forma que dependendo da evolução do aprendiz, o mentor vai lhe propondo a execução de tarefas cada vez mais complexas e o acompanha através de follow-ups, dando-lhe feedbacks positivos e/ou negativos a cada nova agenda, com o objetivo de responsabilizar o aprendiz pela concretização das ações em sincronicidade com as expectativas do mentor ao lhe delegar tarefas de percepção de melhorias.

Desta forma, através do processo de fazer o aprendiz experienciar a  realidade, o mentor está efetivamente preparando o aprendiz para caminhar com as próprias pernas, ou seja, é um método que assemelha-se muito ao ditado popular de que "Devemos ensinar a pescar e não dar o peixe".

Como na filosofia Lean, essa caminhada Gemba é o elo entre a percepção da situação atual e a desejada e seu mérito está em ensinar a ver as coisas de aneiras diferentes.

É importante observar que esse tipo de ensino e aprendizagem exige paciência e tolerância, tanto por parte do mentor como do aprendiz, pois desta forma ambos ampliarão suas maneiras de ver e pensar.

Como o mentor não deve criar um vínculo de dependência com o aprendiz, ao concluir o processo de mentoria e o mentor se afastar do aprendiz, espera-se que que o aprendiz esteja apto para ampliar seus conhecimentos e percepções de forma autônoma, e que se transforme também em um potencial mentor, desenvolvendo sua própria expertise, para conduzir suas caminhadas Gemba junto aos seus subordinados, quando assumir as funções de líder intraempreendedor.

Porém cabe aqui uma observação de vital importância, onde para qualquer iniciativa desse líder intraempreendedor ter sucesso, é preciso que a mesma tenha aval e sustentação não só do superior imediato dele, mas principalmente da alta direção da empresa, e isto é ainda mais significativo se o líder intraempreendedor fizer parte na escala hierárquica da empresa da média gerência ou da linha de frente.

Se esta última observação for negligenciada, as iniciativas de intraempreendedorismo correm sério risco de não prosperarem e caírem no jargão popular onde os funcionários da empresa costumam alegar "...já tentamos isto algumas vezes, mas aqui não funciona". 

Portanto se você está se preparando ou tem o sonho de ser um líder intraempreendedor, além de conseguir um mentor com competências de um Sensei, para lhe ajudar na sua jornada, certifique-se de vender suas ideias não só ao seu superior imediato, mas principalmente à alta direção da sua empresa.

Experimente perceber que ao caminhar e observar as coisas acontecendo ao vivo e a cores, você consegue pensar melhor, visualizar soluções e com isto tomar ações efetivas com muito mais qualidade, do que se ficar apenas pensando de como deveria agir, sem tomar contato com a realidade.

Abraços
Herbert E. A. Silva

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